EPIDEMIA SUBTERRÂNEA DE ÁLCOOLISMO DEVAS TA O BRASIL.

O Brasil tem um numero de alcoólatras estimado em 15 milhões, o dobro da papulação da Suíça. Mas a realidade pode ser ainda pior. Os médicos da Associação Brasileira de estudos de álcool e drogas que se dedicam a estudar a DEPENDÊNCIA QUÍMICA no Brasil, estimam que na verdade, 19 milhões de brasileiros tenham problemas graves com bebida. O ALCOOLISMO MATA 32 mil pessoas por ano no Brasil, esta por trás de 60% das mortes no transito e 72% dos homicídios. Mas é algo que nosso cérebro parece ignorar para seguir operando com sanidade.
As estatísticas sobre o consumo de bebidas no Brasil parecem tranquilizadoras. O consumo de álcool puro, medida usada pela ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE, é de 6,2 litros por ano, pouco acima da media mundial. Mas essa medida é enganosa, primeiro, porque não inclui bebidas clandestinas, o consumo médio brasileiro sobe para 9,2% litros anuais. Outra ilusãoestatistica: a media é relativamente baixa, porque quase metade dos brasileiros (50,5%) é abstêmica. a metade que bebe toma mais de 18 litros de álcool puro por ano, o triplo da media nacional, com grande diferença entre os sexos: o consumo médio entre os homens é de 24,4 litros e entre mulheres de 10,62 litros por ano. ¨Nosso problema é que os brasileiros que bebem, bebem sempre, e cada vez mais, de forma exagerada¨, diz o psiquiatra Arthur Guerra de Andrade, da USP.
É visível nas estatísticas brasileiras um padrão de consumo de bebidas que se assemelha ao de Inglaterra, Estados Unidos e Russia. Nesses países, as pessoas costumam tomar, pelo menos uma vez por semana, quantidades excessivas de álcool, num curto espaço de tempo: cinco doses para homens e quatro doses para mulheres, em menos de duas horas.
em países como a Itália, as pessoas bebem diariamente, em geral nas refeições, doses moderadas. A agressão ao organismo é menor, e o habito degenera com menor frequência em dependência.
O excesso está se convertendo em tendencia. Uma pesquisa do ministério da saúde com 57 mil pessoas, realizada em 27 capitais com intervalo de três anos, descobriu que o percentual daqueles que bebem acima do limite numa mesma ocasião aumentou: era de 17,5% dos brasileiros em 2007 e subiu para 18% em 2010. O crescimento é modesto, mas vem amparado em duas vertentes preocupantes. Primeiro, o crescimento do numero de jovens com m ais de 15 anos que saem no fim de semana e bebem até cair. Segundo, o aumento no consumo de álcool entre mulheres.
Na pesquisa do ministério da saúde, o principal crescimento foi registrado no publico feminino.
Há 30 anos, havia 13 homens para cada mulher em tratamento de alcoolismo. Hoje, essa relação e de três para um.
Recentemente, percebemos que a meninas muito jovens às vezes bebem mais na balada que os meninos, afirma o psiquiatra e psicanalista Sérgio de Paula Ramos, fundador da Associação Brasileira de Estudos de Álcool e Droga (ABEAD).
A outra vertente estatística que preocupa os médicos esta entre os jovens. Eles estão aprendendo a beber desde muito cedo. Uma pesquisa recente, realizada pela Unifesp em São Paulo, com 661 adolescente, detectou que 5% dos jovens entre 14 e 17 anos bebem uma vez por semana ou mais e consomem cinco ou mais doses em cada ocasião. (Vale lembrar que é proibida a venda e consumo de bebida alcoólica no Brasil). Um porcentual maior (24%) bebe pelo menos uma vez por mês. A conclusão dos pesquisadores é que 13% dos adolescentes (17%  para os meninos) apresentam padrão intenso de consumo de álcool antes dos 18 anos. Outra conclusão preocupante do estudo é que a idade de iniciação caiu para abaixo de 14 anos. Nessa área, a noticia mais auspiciosa vem de uma pesquisa nacional concluída no ano passado com cerca de 50 mil estudantes de 1° e 2° grau de escolas publicas. Ele mostra que o numero de jovens que usaram álcool no ultimo ano caiu acentuadamente. (ainda não concluída a tabulação da pesquisa) Os pesquisadores não conseguem explicar como e por que teria ocorrido esta melhora.
Nos Estados Unidos, onde o fenômeno da bebedeira adolescente foi detectado mais cedo, os estudos estão chegando a conclusão alarmantes, ¨A BEBEDEIRA EPISÓDICA É MUITO DANOSA POR CAUSA DOS NÍVEIS DE TOXICIDADE NO SANGUE A QUE O CÉREBRO FICA EXPOSTO¨.
As pesquisas medicas mostram que o cérebro dos jovens esta fisicamente em formação e é extremamente sensível as agressões químicas. 
Os resultados das bebedeiras juvenis podem vir na forma de inibição, incapacidade ou dificuldade de planejar ações ao longo da vida.
Pesquisas mostram que 47% dos jovens que começam a beber antes dos 14 anos se tornam dependentes dez anos mais tarde.
(Fonte: Revista ÉPOCA, N° 695 de setembro de 2011. - Reportagem de: Cristiane Segatto, Martha Mendonça, Marcelo Moura; com Anna Carolina Lementy e Eliseu Barreira Junior.)    




















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