ADMITIR A IMPOTÊNCIA
´´Admitimos que éramos impotentes perante a droga – que tínhamos perdido o domínio sobre nossas vidas``.
O primeiro passo não foi um exercício intelectual. Foi um sentimento que veio do nosso íntimo e corações. Isso deu um nó nas nossas gargantas: Aceitar o fato de estarmos presos a uma droga. Pela primeira vez quisemos abandonar qualquer ideia de controlar nosso uso de nicotina. Tivemos uma visão real sobre o poder que a droga tinha nós e vimos que era ela que estava no controle.
Foi muito duro ter de admitir algo sobre nós mesmos, ainda mais admitir que éramos impotentes perante a droga e álcool. Usávamos e adorávamos usar por varias razões – porque nos fazia sentir socializados, fazia sentirmo-nos bem, diminuía nossa inadequação, esquecíamos dos problemas, e assim por diante. Mas, por algum motivo qualquer – receio de perda da própria saúde, sentimentos de auto-aversão, de culpa, pressão dos amigos e família, a nicotina parou de funcionar dessa maneira, e nossa vida e nosso uso se tornaram insuportáveis. Nesse ponto, aparecem as primeiras ideias de parar de usar e beber.
Tentamos desesperadamente diminuir ou parar, mas sempre retornávamos ao uso. Fizemos promessas a nós mesmos de mudar de vida mas, sempre resultavam em fracassos, o que aumenta nossa sensação de derrota. Consultamos especialistas, psicólogos, médicos, pastores mas nada funcionava. No total auto-engano, conseguimos ´´dar um tempo``, uma estratégia que visava reduzir os danos da droga e álcool na nossa vida, e da culpa que sentíamos, mas retornávamos usando sempre mais e mais.
Profundamente desmoralizados, procuramos N.A. / A.A. como mais uma possível solução. Para nossa enorme surpresa, encontramos pessoas que estavam usando bebendo por admitirem que não conseguiam parar. Eles aceitam sua total falta de controle perante a droga e o álcool, e ofereceram ajuda convidando-nos a juntar-nos a elas e fazer o mesmo.
Percebemos que eramos realmente adictos e que bebíamos e usávamos por um simples motivo: porque não podíamos parar. Se deixados aos nossos próprios cuidados, continuaríamos usando, continuaríamos a destruir nossas vidas, a suprimir nossos sentimentos e a afastar nossas famílias, namorados e amigos.
Ingressar em N.A. / A.A. implicou em reconhecer que sozinhos não podíamos resolver nosso problema mas, depois das inúmeras tentativas de controlar nossa adicção, foi um alivio desistir e pedir ajuda. Aprendemos a ´´arriar a mochila`` e rendermo-nos, admitindo nossa impotência. Aceitamos nossa total falta de controle perante a droga e álcool.
Percebemos que usar e beber, era bem mais que um mau habito, era um sintoma de que nossas vidas estavam fora de controle e que tínhamos perdido o domínio.
Os aspectos destrutivos da nossa adicção foram muito além dos óbvios danos que infligimos a nós mesmos. Quanto mais observávamos o papel que a droga e álcool desempenhava em nossas vidas, mais percebíamos o quanto mais observávamos o papel que a droga e álcool desempenhava em nossas vidas, mais percebíamos o quanto ela nos controlava. Usar e beber determinava se íamos ou não trabalhar, se íamos ou não comer, quem eram nossos amigos, namorados e colegas, determinava onde e como podíamos passar nosso tempo livre. Nunca íamos a lugar algum e nem fazíamos coisa alguma sem antes verificar nosso estoque de droga. Entretanto fazíamos qualquer coisa para esconder nossa adicção e nosso uso dos outros e de nós mesmos. Nossas vidas eram mentiras. Estavamos fora de controle: tínhamos perdido o domínio.
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