TRANSTORNO AFETIVO BIPOLAR

Fonte: Aconselhamento em dependência química / Lilian Ribeiro Caldas Ratto, Daniel Cruz Cordeiro.

O transtorno afetivo bipolar (TAB) é caracterizado por episódios de pertubação do humor e dos níveis de atividade, que ocasionalmente estarão relacionados com o aumento da atividade e da energia e com a elevação do humor e, outras vezes apresentarão redução de energia e atividade com humor rebaixado. A recuperação entre os episódios é completa e tem incidência igual para ambos os sexos, podendo ocorrer em qualquer idade, de crianças até idosos. Os episódios depressivos tendem a durar por volta de seis meses e os quadros de mania duas semanas a quatro meses.
O padrão de recaídas e remissões e a frequência dos episódios são muitos variáveis, ainda que as remissões tendam a se tornar cada vez mais breves e as depressões, após a meia-idade, mais comuns e com maior duração.
O diagnostico de mania é feito com os sintomas perdurando pelo menos uma semana, quando, em razão destes, o paciente apresenta pertubação em atividades como trabalho e sociabilidade. entre os principais sintomas estão aumento de energia, diminuição da necessidade de sono, grandiosidade, aumento da pressão de voz, além de otimismo excessivo; o humor pode estar exaltado, porém, pode também ser irritável.
COMORBIDADE
Depois de transtorno de personalidade, que pode atingir até 90% dos casos, o TAB é um dos transtornos psiquiátricos mais comumente observados junto ao consumo de substancias. No estudo ECA, foi verificada prevalência de 31,5% de quadros de dependência de álcool e 27,5% de quadros de dependência de drogas para pacientes com diagnóstico de transtorno afetivo bipolar tipo I e, respectivamente, de 20,8% e 11,7% para o tipo II.
Nos estudos, em aproximadamente 60% dos casos, o uso de álcool/drogas parece preceder sintomas afetivos. Porém, na maioria desses estudos não são averiguados sintomas prodrômicos ou subsindrômicos de TAB, isto é, sintomas associados a este transtorno já poderiam estar presentes antes do inicio do consumo, contudo, por estarem mais atenuados, não seriam verificados até serem potencializados.
Nos episódios de pressivos, o consumo de álcool pode aumentar em 15%; já nos quadros de mania, este aumento pode ser ainda mais significativo, de cerca de 25%, tornando o diagnóstico das doenças afetivas ainda mais difícil por apresentarem vários sintomas em comum com os quadros relacionados à substancia.
Por exemplo, grandiosidades, irritabilidade e expansividade podem ser apresentadas na intoxicação ou em um episódio de mania. Também fazem parte da sintomatologia da mania insônia, ansiedade e agitação psicomotora, sintomas comuns aos quadros de abstinência ao álcool.
O consumo de cocaína produz sintomas semelhantes aos dos quadros de hipomania/mania, como agitação, disforia, aumento de energia, pensamento acelerado e grandiosidade, que, consumo, ficam limitados à ação da droga e surgem após consumo recente. Tais sintomas poderiam perdurar até três dias após o termino de consumo. em pacientes com ambos os diagnósticos, esse consumo poderia ocorrer na tentativa de medicar os sintomas depressivos em um episódio de TAB misto, ou para prolongar a sensação de euforia. Outro aspecto a ser considerado é a capacidade de substancias que estimulam o sistema nervoso central, como maior numero de episódios e internações, sendo estas mais prolongadas, além de levar a maior risco de suicídio

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