TRE - COMO PARECE/COMO SE SENTE/COMO SOA
COMO
PARECE/COMO SE SENTE/COMO SOA.
Como
podemos nos reconhecer quando estamos em negação? Será tão fácil como descobrir
um elefante sentado no meio da sala?
Seria
conveniente se reconhecer a negação fosse assim tão simples. O que nós negamos
é um problema, uma perda, um sentimento no meio das nossas vidas. É algo que
evitamos, andamos à volta, e do qual fugimos.
Apesar
dos nossos esforços, é algo contra o qual estamos sempre tropeçando.
Apesar
das lutas permanentes com o objtejo da nossa negação, pode ser difícil
reconhecer quando nós ou outra pessoa está imersa nela. Podemos estar tão perto
de uma situação que não a vemos claramente. Podemos sentir-nos tão provocados
com o comportamento escandaloso de alguém que não pensamos claramente. Podemos
estar tão ocupados a responder aos sintomas da indignação, do absurdo, ou da
mentira – que não tomamos o tempo necessário para identificar o problema. Não
olhamos para o nevoeiro, nos focamos na primeira pessoa a nossa volta.
Podemos
também ficar apanhados pelo nevoeiro. Podemos ter necessidade de negar seja o
que for que a outra pessoa está nos dizendo. Por razões puramente pessoais,
podemos sentir a necessidade de que os nossos cônjuges não sejam alcoólicos
(as) ou os únicos filhos (as) não sejam adictos. Por isso quando eles dizem
“isso não é assim”, estamos cheios de vontade de concordar.
Outro
problema é aceitar que estamos em negação, é como estar dormindo. Pensamos
quando acabou no que estivemos fazendo, mas não pensamos muito no assunto
quando o fazemos.
Apesar
da dificuldade em reconhecer a negação, podemos aprender a ficar sensíveis às
suas presenças. Cada pessoa é única; cada sistema de negação vai ser único.
Mais especialistas, identificam certos padrões emocionais, comportamentais e
mentais que lhe são comuns.
Algumas
pistas podem indicar que uma pessoa está usando a negação. A pessoa pode usar
mais do que uma ao mesmo tempo, ou pode andar para frente e para trás, conforme
a ocasião o exigir. Um bom navegador (sim, adictos estou referindo a nós
mesmos) pode usar muito dos sistemas ao mesmo tempo numa orquestração
fantástica, impressionante.
Antes
de agarrar o lápis e escrever as próximas páginas com uma lista de sintomas,
defeitos e culpas de sua família e os vizinhos sugerem que comece por se
estudar a si mesmo. E quando tiver acabado consigo, lembre-se de usar a
informação, não para julgar os outros, mas para se comportar de uma maneira
mais saudável e prestativa para com eles.
Não
se preocupe como descobrir todos os sistemas de negação na sua vida. Foi-me
dito por membros de AA que não precisamos estar conscientes de todos os nossos
problemas ao mesmo tempo. Se estivermos trabalhando o nosso programa e vivendo
como devemos, vamos ficar conscientes das coisas nas quais temos de trabalhar
quando for a hora certa. Enfrentaremos os nossos problemas quando for claro que
os enfrentamos.
Cuidado:
A presença de algum dos traços seguintes não é nunca, uma prova segura de que
está em negação.
Como parece...
As
quatro maneiras principais que as pessoas usam para negar. Segundo Jewett, são:
Recusar-se a aceitar a realidade. “aqui a característica são frases como: Não
acredito, não pode ser verdade, isto não pode estar acontecendo. Começamos
então a nos comportar como se o acontecimento, problema, mas somente estamos a
adaptar sob pressão. Bem no fundo estamos sussurrando. Não. “Eu não”
Negar ou minimizar a
importância da perda.
Aqui,
dizemos que seja o que for que aconteceu não tem importância. Admitimos a
realidade do que se passou, mas insistimos em que não é tão importante como as
pessoas dizem; podemos até acusa-los de estarem enxergando. Comportamo-nos como
se não considerássemos o problema importante.
Negamos quaisquer
sentimentos sobre a perda.
Isto
é repressão emocional. Aconteceu – está acontecendo – mas eu não me importo,
dizemos a nós mesmos e aos outros. Podemos agir e parecer como se não nos
importássemos, aparentou estar emocionalmente vazios.
Fuga mental
Evitamos
os acontecimentos, mentalmente, de varias maneiras. Podemos dormir
excessivamente para escapar (sentindo-nos de fato cansado). Podemos ficar
hiperativos – saltando de uma atividade de uma atividade para outra, não
diminuindo até a noite, podendo continuar mentalmente durante o sono. Podemos
ficar obsessivos e compulsivos. Podemos perder-nos em frente da televisão por
horas, ou em material de leitura. Demonstramos estar correndo, driblando,
evitando ou escapando. E estamos mesmo.
As
pessoas que estão evitando a realidade podem ir muito longe para evitarem
situações que confrontam o seu sistema de negação poderão ter suficiente trabalho
em reprimir a verdade – não precisam de ser por muna situação que vai se tornar
isto mais difícil. Em vez disso vão procurar situações que reforcem a sua
negação. Amigos, acontecimentos sociais, às vezes até a escolha de uma
carreira, serão tomados nestas considerações. Os Alcoólicos e os adictos são
conhecidos por estruturarem as suas vidas de maneira a que seja um suporte da
sua negação.
Como se sente...
Uma
pessoa que esta usando da negação pode sentir-se desesperada, sozinha, confusa,
pouco a vontade, ansiosa, assustada, culpada, vulnerável ou fora de controle.
Ao contrario, pode não sentir nada: as emoções estão em baixa, fechadas, frias
ou reprimidas.
As
respostas às situações podem ser inapropriadas: a inconstância quanto ao grau
de tristeza, infelicidade ou raiva quando a felicidade seria apropriada. Por
vezes ficamos espantados ao bem que uma pessoa reage à tragédia. “poderíamos
nós lidar com as coisas de uma maneira tão eficiente? Provavelmente, se
estivermos em negação. Setimo-nos cansados por causa disso, a grande fuga é o
sono, a pessoa que nega pode sentir um cansaço fora do comum por estar em
negação. “Evitar que a realidade suba à superfície é como tentar manter debaixo
da água uma bola de basquete”. Escreve Anderson. Pode ser feito – mas exige
concentração e energia”.
Quando
estamos em negação, nos sentimos por vezes defensivos acerca daquilo que
estamos negando. Os outros podem sentir isto, que tenha sido verbalizado ou
não, e pensarem: O melhor é não falar sobre isso, ou vai haver uma cena.
Portanto, o problema não pode ser discutido.
Um
sentimento de estar desligado ou fora de contato consigo mesmo é muitas vezes
sinal de negação. Podemos reparar que nos sentimos desligados de nós mesmos e
da nossa capacidade de sentir e pensar. Por vezes, em incidentes traumáticos,
podemos até ter a sensação de estarmos fora de nós, olhando: era como sido
comigo. Eu estava ali, vendo outra pessoa vivendo este acontecimento, só que a
outra pessoa não era eu, disse alguém após uma crise muito grave. Podemos
sentir esta de ligação e não ter intimidade com a pessoa que está em negação.
Pode parecer que ela foi embora e não consegue voltar a entrar em contato.
Negação
durante muito tempo pode fazer com que uma pessoa se sinta doente e até possa
ficar doente, mental ou fisicamente. Uma pessoa pode ter dores de cabeça, dores
de estomago, dores nas costas ou disfunções sexuais. Uma pessoa que usa a
negação pode ser menos resistente a todas as dores, e ficar doente mais vezes
que o habitual.
Como soa...
As
pessoas que estão em negação podem dizer a elas mesmas e aos outros que:
-
Não é assim tão mau, tanto, ou tantas vezes (minimização).
-
Não tem importância.
-
Não é assim, não podia ser.
-
Não me importo.
-
Estou desanimado ocupado ou cansado para pensar nisso, muito menos para
discutir.
-
Amanhã tudo vai ser melhor.
-
Não sou tão mau como o fulano. A minha situação não é tão má como a do fulano
(comparação).
-
Foi muito excitante e divertido – quando na verdade não foi (lembrança
eufórica).
-
Eu fiz, mas... (ou por que...). Era sensato (racionalização).
-
Eu não tenho esse problema, mas muitas pessoas à minha volta sim (projeção).
-
Eu não poderia ser dessa maneira porque sempre fui o oposto (compensação).
-
E muitas outras citações criativas das que acima mencionamos.
Esta
lista não tem a pretensão de ser completa, mas apenas dar uma ideia da
comunicação que acompanha a negação. A análise racional soa bem, quase lógica
(se não olharmos demasiado perto) e convincente. Afinal de contas, eles estão
tentando convencer a eles próprios. Podemos acenar com a cabeça em
concordância, enquanto a pessoa em negação está falando, e depois nos perguntar
o que aconteceu. Fomos enganados, mas não sabemos bem como e nem por que.
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