EFEITOS DA COCAINA SOBRE O SISTEMA NERVOSO CENTRAL

A cocaína age no sistema nervoso central de duas formas: causando impacto no sistema neurotransmissor e nos mecanismos de tolerância e dependência. Produz uma ativação nos sistemas de dopamina, norepinefrina e serotonina.
No funcionamento normal, a dopamina, durante o repouso, acumula-se em vesículas (bolsas) dentro dos neurônios. Quando esses neurônios são ativados, a dopamina atravessa a membrana do neurônio em que esta e liga-se aos receptores do próximo neurônio (pós-sinaptico), ativando-o e provocando nele varias alterações. Depois disso, a dopamina retorna e é recapturada pelo neurônio pré-sináptico (volta para onde estava) para ser utilizada novamente numa próxima transmissão. Quando a cocaína chega a essas células, o funcionamento delas se altera totalmente.
A cocaína bloqueia a recepção da dopamina, fazendo com que esta permaneça na fenda sináptica por mais tempo, estimulando os receptores. Como o uso continuado, esse sistema passa a necessitar da droga para exercer suas funções e os estímulos naturais para ativá-lo tornam-se insuficientes. O uso crônico de estimulantes resulta no esvaziamento dos neurotransmissores. As sinapses operam usando um sistema de feedback negativo. Logo, mudanças compensatórias ocorrem para permitir que os neurônios se adaptem as alterações causadas. As consequências desses efeitos serão vistas ao se abordarem os efeitos cardiovasculares e psicoativos.
Além da dependência, a toxicidade do sistema nervoso central pode causar dores de cabeça, perda de consciência temporária, convulsões e morte; alguns desses talvez sejam decorrentes do aumento da temperatura corporal causado pela droga.

Bibliografia:
LIVRO:  ACONSELHAMENTO EM DEPENDENCIA QUIMICA – SEGUNDA EDIÇÃO; - pgs 81. Autores: Selma Bordin, Neliana Buzi Figlie, Ronaldo Laranjeira. - Editora: Roca ltda.

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