TRANSTORNOS ASSOCIADOS A DEPENDÊNCIA QUÍMICA-DEPRESSÃO

Fonte: Lilian Ribeiro Caldas Ratto, Daniel Cruz Cordeiro.

Segundo a CID-10, é caracterizada por humor deprimido, perda do interesse e do prazer e energia reduzida, que resulta em diminuição de atividade, em virtude de maior fatigabilidade. OUTROS SINTOMAS IMPORTANTES SÃO:

  • Redução da concentração e da atenção
  • Redução da autoconfiança e da autoestima.
  • Ideias de inutilidade e culpa, pessimismo acerca do futuro.
  • Ideias que podem levar a atos autolesivos ou ao suicídio.
  • Alteração do sono.
  • Apetite diminuído.
O diagnostico é feito com a sintomatologia apresentada, envolvendo dois dos sintomas principais e pelo menos dois dos seis itens anteriores por um período minimo de duas semanas.
No paciente, é observado o humor rebaixado e pouco responsivo às circunstancias; esse quadro varia pouco de dia para dia, porem, pode haver uma pequena variação no decorrer do dia. Também podem ser observadas variações individuais, além de quadros atípicos serem particularmente comuns na adolescência. alguns aspectos adicionais, como preocupações hipocondríacas, irritabilidade, consumo excessivo de álcool, comportamento histriônico, piora de sintomas fóbicos ou obsessivos preexistentes, podem mascarar o humor depressivo. Por vezes, a ansiedade, a agitação motora e a angustia podem pelo menos duas semanas e pode ser definido como  leve, moderado ou grave, de acordo com a exuberância dos sintomas e a presença de sintomas somáticos e psicóticos.

COMORBIDADE
A droga mais frequentemente associadas ao quadro é o álcool. Na psiquiatria, a dependência de álcool e a depressão são as patologias mais comumente observadas. Segundo griffith, o conhecimento da depressão é tão importante quanto o da própria dependência do álcool para aqueles que tem interesse em trabalhar com tal dependência.
Em geral a depressão antecede o surgimento de dependência do álcool, principalmente em mulheres, porem, na maioria das vezes, é muito difícil determinar o transtorno primário e o secundário, visto que há interferência entre os transtornos depois de instalada a comorbidade.
A importância deste diagnostico reside em determinar se os sintomas apresentados pelos pacientes fazem parte da depressão ou se estão relacionados ao consumo de álcool. É necessária abstinência de pelo menos duas semanas para que seja realizado o diagnostico, quando, então, os sintomas podem persistir ou pode haver remissão total do quadro depressivo, mesmo sem a utilização de antidepressivos.
A abstinência também é útil, visto que aumenta a possibilidade de sucesso terapêutico da depressão. Um outro aspecto aspecto, não menos importante, da abstinência é o fato de que pacientes somente poderão expressar sintomas depressivos que estavam mascarados pelo uso do álcool após esse período.
em virtude de sua ação desinibitória, o álcool também pode ser um agravante em pacientes deprimidos, uma vez que promove aumento de atos impulsivos. Atualmente, o risco de suicídio para alcoolistas é estimado em 3 a 4% nos Estados Unidos e em outros países ocidentais, tornando-se 60 a 120 vezes maior que o da população em geral. Isso sem associar a depressão, o que torna o risco ainda mais substancial. Associadas à depressão, também podemos encontrar a cocaína, as anfetaminas e a cafeina. Essas drogas podem ser utilizadas na tentativa de amenizar os sintomas na depressão primaria ou porque sintomas depressivos podem estar presentes nos usuários crônicos nos períodos de abstinência. Esses sintomas podem ser explicados pelas mudanças nos neurotransmissores dessa população.
Nesses casos, sintomas depressivos são comumente observados em pacientes em tratamento de COCAÍNA e CRACK, porem, a maioria destes não preenche critérios diagnosticos para depressão. Na maior parte das vezes, tais queixas se devem aos efeitos biológicos da abstinência e da condição psicossocial associada ao uso crônico dessas substancias. 
sintomas depressivos também tem sido observados em pacientes abusadores de opiáceos e existem evidências de que o uso agudo ou crônico produza ou exacerbe esta sintomatologia. ao mesmo tempo, a depressão pode predispor ao abuso, havendo um mecanismo complexo e bidirecional interagindo entre estes.
Alguns estudos observaram que dependentes de nicotina apresentam maiores taxas de depressão, se ocorre o inverso, ou se um terceiro elemento estaria contribuindo para o surgimento de ambos.
Benzodiazepínicos tambem são drogas envolvidas na evolução da depressão, principalmente quando ocorrem sintomas ansiosos. isso facilitaria o uso abusivo e a dependência. É útil lembrar que a abstinência de benzodiazepínicos pode causar com quadros disfóricos.
Por ultimo, vale lembrar que efeitos produzidos pela dependência, como alterações da cognição e do controle para fracassos em vários estores.

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