MACONHA - EFEITOS DO USO AGUDO

EFEITOS DO USO AGUDO
ABSORÇÃO, METABOLISMO E EXCREÇÃO.
Bibliografia: aconselhamento em dependência química // Neliana Buzi Figlie, Selma Bordin, Ronaldo Laranjeira. // pg. 123, 123, 124.  Ed. Roca.
O THC é rapidamente absorvido dos pulmões para a corrente sanguínea, na qual atinge um pico de concentração 10 minutos após ter sido inalado. Porem, o declínio da concentração sanguínea é igualmente rápido: apenas 5 a 10% dos níveis iniciais permanecem após 1 h. Isso se deve ao rápido metabolismo e à distribuição da substancia para o cérebro e outros tecidos. A absorção será muito mais lenta se o THC tiver sido ingerido oralmente e o estabelecimento dos efeitos pode demorar 1h. ou mais e permanecer por mais de 5h.
O metabolismo do THC começa imediatamente nos pulmões ou no intestino, mas a maior parte da substancia é absorvida pela circulação sanguínea e levada ao fígado, no qual é convertida em metabolitos. Um desses metabólitos é 20% mais potente que o THC e penetra no cérebro mais rapidamente que ele. Ambos contribuem para a maioria dos efeitos psicoativos da cannabis.
O THC, altamente solúvel em gorduras, é prontamente armazenado nos tecidos gordurosos, dos quais é liberado lentamente para a corrente sanguínea. A meia-vida do THC é mais curta em usuários experientes (19 a 27h) que em usuários inexperientes (50 a 57h) e isso se deve à rapidez com que o THC e seus metabólitos podem ser detectados no sangue vários dias após a ingestão, e traços pode persistir por muitas semanas. As principais formas de excreção são urina, bile, leite materno e fezes.
Os níveis de THC no sangue não mostram forte correlação com a experiência subjetiva da intoxicação, cujo pico normalmente ocorre quando as concentrações no sangue já estão declinando. Isso sugere que outros metabolitos podem estar contribuindo ou que os níveis de THC no cérebro aumentam mesmo depois que os níveis sanguíneos começam a cair.
Porem acredita-se que a forma de maconha ingerida afetará os efeitos vivenciados pelo usuário, isto é, quanto maior a concentração de THC maior a intensidade dos efeitos e maior o risco de efeitos adversos, principalmente para os novos usuários.
EFEITOS FARMACOLÓGICOS
O THC afeta primeiramente o funcionamento do sistema cardiovascular e do sistema nervoso central. O aumento da pulsação é seu efeito fisiológico mais comumente observado, apesar de a pressão sanguínea ser pobremente afetada. Os vasos sanguíneos da córnea se dilatam, resultando em olhos avermelhados. Os usuários costumam referir aumento do apetite, boca seca, vertigens ocasionais e leve náusea. Não se observa respiração respiratória.
O THC e outros canbinoides agem por meio de receptores específicos nos sistema nervoso central e periférico, embora nem todos os efeitos sejam mediados por esses receptores. A presença do THC no sistema nervoso central hiperestimula o funcionamento do sistema canabinoide, cujos receptores estão distribuídos pelo córtex, hipocampo, hipotálamo, cerebelo, amigdala, giro do cíngulo anterior e gânglios da base. Como resultado, desencadeiam-se alterações cognitivas (afrouxamento das associações, fragmentação do pensamento, confusão, alterações na memoria da fixação), prejuízo da atenção, alterações de humor, exacerbação do apetite e dificuldades de coordenação motora, em vários graus.
Muitos estudos demonstram que a intoxicação pelo THC compromete a capacidade de dirigir automóveis e de realizar outras atividades que requeiram maior atenção e coordenação motora até cerca de 10h. Após o uso. É possível, ainda, que alguns desses efeitos persistam até o dia seguinte. As habilidades de falar coerentemente, formar conceitos, concentrar e transferir material da memoria imediata para a de longo prazo ficam comprometidas, além de ocorrerem importantes alterações na percepção de tempo e espaço.
EFEITOS PSICOATIVOS
A principal razão para um uso tão indiscriminado da maconha é a sensação de barato que os usuários experimentam: Trata-se de um estado alterado de consciência caracterizado por mudanças emocionais, como euforia moderada e relaxamento; alterações perceptuais, como distorção do tempo; e intensificação das experiências sensoriais simples, como comer, assistir filmes, ouvir musicas e ter relações sexuais. Quando a maconha é utilizada num contexto social, essas experiências são acompanhadas de risadas, fala excessiva e aumento da sociabilidade.
Nem todos os efeitos da cannabis são agradáveis. Ansiedade, disforia, pânico, e paranoia são os efeitos indesejáveis mais comumente relatados por usuários não familiarizados com seus efeitos. Usuários experientes também podem referir esses efeitos, principalmente após ingestão oral. Sintomas psicóticos, como delírios e alucinações, também podem ocorrer com o uso de altas doses.

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