T.R.E - É PARTE DE UM PROCESSO
As
pessoas confundem frequentemente a aceitação. “ Só tem que aceitar isso” dizem
elas, como se aceitar fosse um ato simples como fechar a porta de um
frigorifico. Para mim aceitação não é fácil. Eu não reajo imediatamente com a
serenidade a dor ou aos problemas. Agora, normalmente, estou grata e contente
por ser uma alcoólica e uma adicta em recuperação. Acho ótimo serem ambas as
coisas.
Em
1973, quando pela primeira vez me disseram que eu era uma alcoólica e uma
adicta e que tinha que parar de usar químicos se quisesse viver, não reagi às
noticias com êxtase. Não achei que estava bem. Tive de atravessar um processo
de adicção. A maioria de nós precisa lutar com aquilo que acredita e com aquilo
que sente, antes de poder aceitar uma perda. Temos de atravessar um processo.
Elizabeth
Kubler-Ross observou e documentou pela primeira vez este processo de cinco
fases, o processo de dor/luto, adequado do seu trabalho com doentes terminais
no hospital. Ela identificou-o pela maneira como a maioria dos doentes
terminais reage e chega à aceitação da sua morte prevista. Em anos passados,
muitos profissionais viram que as pessoas atravessam estas fases a caminho da
aceitação das suas perdas. Alguns centros de tratamento acreditam que este
processo de dor/luto está intimamente ligado a recuperação de drogas
compulsivas como a dependência química em geral, da adicção comportamental,
como da bulimia e os problemas de jogo, dado que estas doenças produzem tantas
perdas. Podemos nos ver atravessando estas fases, com diferentes velocidades e
níveis de emoção, quando não recebemos uma ligação importante, temos um corte
de cabelo que nos desagrada, perdemos o nosso trabalho, ou nos divorciamos.
Podemos sofrer sempre que experimentamos uma mudança – mesmo uma mudança desejada
– porque qualquer mudança significa que tivemos de deixar algo para trás para
abrir espaço para o novo. “não importa o trivial que uma perda possa parecer, o
mesmo processo tem de ser atravessado de cada vez, apesar de o comprimento e a
intensidade das experiências serem diferentes. Pode levar anos para se
recuperar de uma perda, mas os sintomas de dor e de recuperação podem também
ser completamente vividos num espaço tão pequeno como dez segundos”.
Não
existe regra que determine quanto tempo leva cada fase; não existe regra que
determine quanto tempo leva cada fase; não existe regra que determine quando
tempo todo o processo leva. Isto vai depender da natureza da perda, até que
ponto está equipado para lidar com ela, como lidamos com outras perdas, e do
tempo de Deus. As pessoas vão levar o tempo que precisam para atravessar este
processo. Fazer crescer pessoas e mais complicado do que fazer crescer vegetais
ou flores.
Apesar
de se poderem delinear cinco fases no papel, a nossa passagem por elas pode não
ser tão linear. As fases podem sobrepor-se, podemos viver varias fases ao mesmo
tempo. Podemos voltar a fases antigas. Podemos estar em diferentes fases do
processo por duas ou mais perdas simultâneas. Podemos atravessá-las a correr
três vezes no mesmo dia.
Por
vezes, no caso de perdas, continuas, podemos nunca chegar a atingir a aceitação
permanente. Isto é verdade quando a perda continua a afetar o nosso dia-a-dia.
Os pais de uma criança deficiente podem viver fases do processo dor/luto toda a
sua vida. – especialmente à medida que se desenvolvem novas implicações do
crescimento da criança deficiente. Porque a dependência química é uma adicção,
assim como uma doença crônica, manhosa e enganosa, os adictos não podem nunca
assumir que tem uma aceitação total da sua doença. Estão em grande risco de
reverterem à negação – uma das razões pelas quais e tão importante para os
adictos tratarem a sua doença, indo às reuniões de anônimos. Aceitação
permanente pode requerer atenção permanente. Este processo de aceitação é um
processo espiritual. É uma experiência que somente a vivência pode trazer pode
trazer e da qual é preciso abrir mão de outras motivações.
Eu
ouvi pessoas chamarem o processo de dor, perdão, luto ou de cura. Esther Olson,
conselheira e autora, deram a minha descrição favorita: “É o modo como Deus
trabalha conosco” disse ela.
A
seguir vamos ver cada fase.
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