ENTENDA O ESTUDO DA IBOGAINA


O estudo foi feito com 75 usuários de drogas que consumiam principalmente cocaína e crack, mas alguns usavam também álcool e maconha.
Ao todo, havia 8 mulheres e 64 homens. A princípio, eles foram submetidos a um tempo variável de psicoterapia e a exames para verificar se seu organismo estava com condições propícias para receber o medicamento à base de ibogaína. “Encaramos esse tratamento como uma pequena cirurgia. É uma coisas simples, mas não se pode fazer em uma pessoa com diabetes desequilibrada ou pressão descontrolada”, diz Chaves.
Para receber o medicamento, por via oral, eles ficaram internados por um período de 24 a 48 horas. “Nesse período, eles ficam deitados sob o efeito da medicação. Há algumas reações como tontura, náusea, vômito, tremor e um estado de confusão mental. Nesse momento, o paciente fica em um estado intermediário entre vigília e sonho”, explica Chaves.
Depois do período de internação, os pacientes iam para casa e ficavam em acompanhamento psicológico e psiquiátrico por tempo variável. Depois de um ano, 72% dos pacientes estavam abstinentes. Entre as mulheres, o índice de sucesso foi de 100% e, entre os homemns, foi de 55%.
“Isso não quer dizer que a estratégia seja muito melhor em mulheres do que homens. O grupo de mulheres era muito pequeno e, por uma coincidência feliz, todas se desenvolveram muito bem. Mas mesmo entre os homens, o índice de sucesso ainda foi 5 vezes maior do que o tratamento tradicional, só com psicoterapia”, diz o médico.
Ele observa que não é um tratamento para qualquer um, “mas para pacientes muito graves, que não responderam a outros tratamentos anteriormente e já passaram por inúmeras internações”. Segundo ele, não há risco de a ibogaína promover dependência, pois ela não tem potencial recreativo: a experiência de consumi-la é extremamente desconfortável.

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