MODELO DE TRATAMENTO - CADERNO 5 - RAIVA
INTRODUÇÃO
não
é verdade que todos nós nos zangamos? De fato, a raiva é um
sentimento humano que todos experimentamos de vez em quando. O
principal problema está nas consequências – o que acontece quando
você fica com raiva? Se não acontece nada quando você se zanga,
então a sua raiva não é a razão para preocupação porque as consequências são limitadas. No entanto, se fizer coisas derrotistas
em relação a si ou fazer mal aos outros – se a sua raiva tiver consequências dolorosas ou prejudiciais, então talvez tenha razão
para se preocupar com ela.
Ex.:
Você está dirigindo em uma autoestrada atrás de uma pessoa que
coduz a 50 km/h em um local onde o limite de velocidade é de 80
km/h, e você esta atrasado para um encontro. Começa a sentir-se
muito irritado e, por causa disso ultrapassa imprudentemente o outro
carro. Poe a sua própria vida e a dos outros em risco por causa da
sua condução imprudente – isto é, potencialmente, uma
consequencia muito perigosa da sua raiva.
Outro
exemplo das consequências nocivas da sua raiva poderia ser o
seguinte: á tarde, você quer ir embora do trabalho mais cedo para
jogar futebol. Começa a trabalhar a hora do almoço para compensar o
fato de sair mais cedo. No meio da tarde, aparece seu patrão e pede
pra que você execute outra tarefa e deseja que a mesma esteja pronto
antes de que você vá embora. Você obedece, mas só acaba a tarefa
muito tarde, quando já não dá mais tempo para ir jogar futebol.
Quanto mais o tempo vai avançando, mais você se sente furioso.
Quando
sai do trabalho para num bar no caminho de casa para aliviar alguns
dos seus sentimentos de raiva. Acaba por beber de mais, chega em casa
muito tarde e discute com sua mulher, a quem não se preocupou em
telefonar para avisar de que chegaria tarde.
Ou,
em vez de parar em um bar, pode ir diretamente para casa depois do
trabalho, e de muito mal humos, tropeça nos brinquedos das crianças,
espalhados pela sala onde seus filhos estiveram brincando até sua
chegada. Despeja a sua raiva contra as crianças, mandando-as arrumar
a sala e manda que elas vá dormir. Depois senta-se com sua esposa
para jantar e a acusa violentamente de não ser uma boa mãe.
Para
alguns de nós, as consequências dolorosas ou prejudiciais da raiva
resultam de a expressarmos abertamente contra os outros. Exemplos
extremos dessas consequências são as formas de violência doméstica
e de brutalidade contra as crianças. Por outro lado, alguns de nós
podem negar ou sentir dificuldade em aceitar e exprimir abertamente
quaisquer sentimentos de raiva contra os outros. Podemos esconder a
nossa raiva, guardá-la para nós mesmos – engoli-la no fundo de
nós. Podemos ter medo de que os outros não gostem de nós se a
manifestarmo francamente.
Entre
nós, alguns reprimem os seus sentimentos de raiva e podem, qualquer
que seja a razão porque o fazem, ter encontrado um escape para a
nossa raiva no uso que fizeram da droga no passado. Enquanto
usávamos, podemos ter nos tornado implicativos ou começando a
proceder de modo fisicamente hostil.
Outros
de nós podem ter escondido os seus sentimentos de raiva, mas vem
depois a dirigi-la erradamente sob a forma de acessos de raiva contra
pessoas vulneráveis a quem ama.
Aprender
a compreender a raia e suas causas.
Aprender a lidar com a raiva de forma saudável, sem fazer mal a nós próprios ou aos outros, é uma parte importante da vida cotidiana.
Embora sendo importante para todos nós sermos capazes de enfrentar
de forma eficaz a nossa raiva, para alguns isso torna-se
especialmente importante. Se estivermos a recuperar de problemas
emocionais, podemos correr o risco de uma recorrência desses
problemas se não aprendermos a controlar os nossos sentimentos de
raiva.
“irrita-me tanto”.
A maior parte de nós pensa que são
outras pessoas ou situações que nos fazem ficar zangados. Achamos
que é o que as outras pessoas fazem ou o que nos acontece que causa
a nossa raiva. Atiramos para cima dos outros a responsabilidade da
nossa raiva. - “nos põem doidos”. Ou achamos que temos mau gênio
ou que “fervemos em pouca água” - como se fosse assim que somos
feitos e não pudéssemos evitá-lo. Acreditamos erradamente que a
nossa pertubação emocional – a nossa raiva – é causada por
pressões externas. Achamos que não podemos mudar esses sentimentos perturbadores sem que as “causas” - pressões exteriores ou outras
pessoas – mudem. Acusar permite-nos racionalizar a nossa raiva.
Arranjamos desculpas para os nossos sentimentos de raiva, atribuímos
as culpas aos outros, essa acusação constitui uma justificação
para a nossa raiva, e, por isso não largamos.
Contrariamente a crença comum sobre
a raiva – a respeito das coisas que nos acontecem. Aquilo que
pensamos ou que contamos a nós próprios sobre um acontecimento é
que nos faz sentir raiva, e não o acontecimento em
si.
Normalmente, quando julgamos ou avaliamos qualquer coisa de forma
negativa ficamos perturbados. Se julgarmos ou avaliamos uma coisa de
forma menos negativa ou mais positivamente, nos sentiremos de melhor.
Basicamente, não são os acontecimentos que nos perturbam, mas sim a
nossa forma de pensar sobre esses acontecimentos. Por outras
palavras, sentimos como pensamentos.
Ex.:
uma mãe leva consigo o filho de um ano para visitar uma amiga. A
criança gatinha pelo chão enquanto as duas mulheres conversam. A
certa altura, a criança estica-se até a mesinha onde estão as
revistas e começa a joga-las para o chão.
A
mãe afasta a criança da mesinha, recoloca as revistas no lugar e
volta a conversar com a amiga. A criança por sua vez, volta
gatinhando até a mesinha, se estica e começa a atirar novamente as
revistas no chão. A mãe observa a situação e pensa consigo mesma;
“ela não deveria fazer isso… não deveria ser tão teimosa…
não deveria estar interrompendo nossa conversa a todo tempo… não
deveria me aborrecer… é mau”.
A
mãe grita com a criança e da umas palmadas na mão da criança que
começa a chorar. A amiga, observando a cena, pensa: “é mesmo
próprio de uma criança querer explorar e atirar as coisas para o
chão. Teria sido melhor se eu tivesse preparado a sala para receber
minha amiga com sua filha, antes de chegarem. A criança precisa se
distrair”. A amiga diz então: “vamos ver se encontramos outra
atividade que possa interessar a seu filho”.
Este exemplo mostra como sentimos da forma que pensamos.
Com
base na
forma como encaram a situação, uma
das mulheres fica zangada e a outra não. Aquilo que pensaram ou
disseram a si próprias, a forma como avaliaram as circunstancias
determinou o que sentiram.
Então,
o que pensamos a dizer realmente é que é o nosso pensamento a
respeito de uma situação que causa a nossa raiva, e não a situação
em si mesma. A maneira de pensar provoca em nós sentimentos de
raiva, e tem a ver com nossa necessidade de controlar as nossa
vontade!
A sequencia começa com o que queremos e que as coisas corram segundo
a nossa vontade, o que é um exemplo normal do cotidiano, realizar e
não conseguimos aquilo que queremos, podemos ficar um pouco
aborrecidos.
No entanto, o que acontece no desenrolar dos sentimentos de raiva é
que a nossa forma de pensar mudar ou desviar de querermos que as
coisas se passem a nossa gosto para exigirmos que as coisas se
submetam a nossa vontade – tem de ser como eu quero! Quanto mais
raiva sentimos, tanto mais exigimos ou insistimos que as coisas
corram como queremos, mas não conseguimos.
Egocentrismo: é a necessidade de controlar. “conseguir o que eu
quero”.
Flexível: querer que as coisas corram como eu quero e não o
conseguir. Eu quero, desejo ou prefiro uma coisa e não a obtenho: consequência – irritação (sentimento de pertubação normal).
Rígido: exigir que as coisas corram como eu quero e não
conseguir. Devia ter, tenho de ter uma coisa e não consigo: consequência – raiva (sentimento de pertubação intensa).
Consequência da nossa raiva
As consequências de nossa raiva
podem ser o tentarmos
conseguir o que queremos
sendo verbal ou fisicamente agressivos – gritando, berrando ou
batendo. O que acontece a nossa relação com os outros se usarmos a
raiva para conseguir o que queremos? Como é que os outros nos veem?
Evitam-nos e ignoram-nos? E como é que isto se repercute sobre a
aceitação que temos de nós próprios?
Ex.:
é sábado de manhã e você tem intenção de arrumar uma cadeira de
madeira do pátio, que se partiu.vai até a dispensa afim de pegar
suas ferramentas, abre a porta da dispensa e descobre que seu filho
de dez anos deixou todas as suas ferramentas espalhadas pelo chão.
Diante da sena pensa: “o que se passa na cabeça dele? Deveria
saber que não pode deixar as ferramentas espalhadas, que isso não é
brinquedo. Ele tem de se lembrar do que eu disse sobre arrumar as
coisas. Não deveria ter feito isso. Vai se ver comigo quando chegar
em casa!”.
Em consequência disso você se sente mais furioso. Encontra finalmente o
martelo e os pregos e começa a consertar a cadeira. Com a irritação,
acaba por entortar um prego, e diz para si mesmo: “isso não
deveria acontecer” acaba ficando mais irritado; ao tentar
endireitar o prego, dá uma martelada no dedo e grita “que merda,
não posso aguentar”; se enche de raiva e atira o martelo, que vai
de encontro a janela que arrebenta o vidro. Vendo isso abandona a
serviço e sai para dentro de casa afim de beber e ver futebol para
aliviar sua raiva pelo resto da tarde. Sua esposa chega com seu filho
e então grita com ele dizendo-lhe que é desobediente e que não
presta para nada, depois manda que ele vá para seu quarto de
castigo, deixando o garoto de castigo pelo resto do final de semana.
Neste
exemplo, foram exigências
do pai de
que o filho não deixasse as coisas desarrumadas e que tinha de fazer
conforme lhe disse. Como consequência da desobediência do filho,
ficou nervoso e com raiva.
“Tinha
sido melhor se le tivesse arrumado as ferramentas que brincou”.
Com uma visão realista, o pai deveria pensar que seu filho só tem
dez anos, e que se tivesse tido uma conversa com seu filho e
explicasse a ele novamente a respeito do assunto, falando das
vantagens de deixar as coisas arrumadas e respeito pelas coisas dos
outros, poderia ter um resultado satisfatório.
Há
outro aspecto a considerar no
desenrolar dos sentimentos da raiva. Quando ficamos com raiva por
causa daquilo que pensamos, essa raiva pode distorcer ou colorir os
nossos pensamentos ou percepções sobre a situação – tal como se víssemos as coisas através de uns óculos de raiva. É difícil
observar uma situação objetivamente ou com realismo quando a vemos
através da raiva, e é provável que agir segundo estas percepções
distorcidas torne a situação ainda pior – ou agrave as suas
consequências negativas.
A maior parte de nós poderá recordar situações em que a raiva nos
impediu de observarmos e compreendermos claramente o que estava a
passar.
Aprender a controlar a raiva
como
podemos então controlar a raiva? Se
é a nossa maneira irada de pensar que a nossa raiva, teremos de
trabalhar para modificar ou substituir os nossos pensamentos irados
de forma a reduzir ou controlarmos essa raiva. Podemos alternar as exigências que estão na base dos nossos pensamentos irados (não
devias discordar
de mim, eu
não devia cometer erros, tens de ser pontual) e nos esforçar para
largar a necessidade de controlar. Isto poderá parecer simples e
evidente, mas como é que se aprende a modificar a nossa forma irada
de pensar?
Para
começar, podemos fazer um “inventário pessoal”. Fazendo isso
sobre a nossa raiva vai nos ajudar a desenvolver uma maior consciência
e compreensão quanto a sua origem, quanto as consequências de
ficarmos encolerizados e quanto ao que poderemos fazer a respeito. Um
inventario pessoal ajudará a entrarmos em contato com os nossos
sentimentos e a tomar consciência da nossa necessidade de controle.
Pode usar o esquema ABC, para ajudar a compreender a “autonomia”
da raiva.
A= situação (O problema que desperta certos sentimentos que perturbam ou enraivecem)
B= convicções (o que pensa ou que diz a você mesmo, as suas exigências a respeito da situação)
C= sentimentos e ações (como se sente; perturbado ou enraivecido a
propósito da situação por causa do que pensa, e como se comporta
ou atua por causa do que sente; as consequências derrotistas ou
dolorosas.
Ex.:
(A=
situação). Vou a cozinha esperando que o meu almoço esteja pronto,
para que possa a chegar ao trabalho. Encontro a minha esposa ajudando
nossa filha com os deveres da escola e meu almoço ainda não está
pronto.
(B=
convicções). Acho que ela deveria ter o meu almoço pronto, e que
nossa filha fizesse sozinha os deveres da escola.
(C=
sentimentos e ações). Sinto-me cheio de raiva. Grito com ela.
Digo-lhe que o meu trabalho é mais importante do que os deveres de
escola de uma criança. Saio violentamente de casa e chego ao
trabalho muito irritado.
Se
eu tivesse analisado esta situação de formaobjetiva ou realista,
teria compreendido que a minha esposa já tinha feito a opção de
ajudar a nossa filha. O meu “devia” apens refletia a minha
exigência egocêntrica, e geraram a raiva que eu exprimi em casa e
levei comigo para o trabalho. Fazer um diário de bordo como parte do
processo de aprendizagem para fazer um inventario pessoal sobre a
raiva, é muito útil fazer um “diário de bordo”. Para começar,
tome nota de acontecimentos ou situações passadas ou recentes em
que sentiu raiva. Ao descrever essa experiência, use o esquema ABC.
A
(situações) B (convicções)
C (sentimentos e ações)
depois de ter alguma prática na descrição de manifestações da
sua raiva, passadas ou recentes, pode considerar útil trazer consigo
um pequeno bloco para fazer um registro diśrio das suas
manifestações de raiva. Ao longo do dia, ou no fim do dia, pode
usar o esquema ABC para tomar nota de exemplos dos seus sentimentos
de raiva. Fazer um diário, ajudará você a desenvolver uma maior
consciência da sua raiva, das suas causas e consequências. Fazer um
diário tambem vai te ajudar a ter contato com os seus sentimentos.
Usar o processo ABC – abrandar a “fervura”.
A primeira parte do processo ABC, para controle dos sentimentos de
raiva pode ser comparado a chaleira. “Uma analogia entre a chaleira
e a raiva”. Podemos imaginar a nossa raiva como sendo agua dentro
de uma chaleira sobre o fogão. Se a água continuar a aquecer, terá
de acabar por sair da chaleira sob a forma de vapor.
Com a nossa raiva acontece o mesmo – quanto mais raiva temos, mais
probabilidade teremos de que ela se exteriorize abertamente.
Algumas pessoas acreditam, que a melhor forma de lidar com a raiva, é
ficarem aliviadas dela como na chaleira.
No entanto se abaixar o fogo que esquenta a chaleira, essa por sua
vez não soutará vapor. Aquilo que o processo ABC vem nos mostrar é
que se “abrandarmos a chama” dos pensamentos irados que estão a
“aquecer” a nossa raiva, não haverá necessidade de expelir o
vapor da raiva.
Desta forma, inviamos uma mensagem de autoajuda para nossos
pensamentos a fim de não ficarmos tão raivosos a ponto de ter de
despejar nossa raiva.
Usar o D – por em questão a nossa forma de pensar
O passo seguinte na aprendizagem do controle de raiva consiste em acrescentar o “D” ao esquema “ABC” afim de provocar a mudança.
É aqui que começamos a modificar os nossos sentimentos de raiva ao
questionarmos os nossos pensamentos raivosos, as nossas exigências.
Praticando o inventario pessoal ABC, aprendemos a identificar os
pensamentos pertubadores, exigentes e negativos que nos fazem sentir
raiva. Em seguida, vamos pôr-nos o seguinte tipo de questões: quem
disse isso? Porque? Que mais provas eu tenho? Haverá outra forma que
me possa ser útil na análise da situação? Por fim, respondemos as
nossas perguntas. Voltemos agora ao exemplo da condução,
previamente citado, e ponhamo-lo em formato ABC.
Ex.:
A= SITUAÇÃO:
estou dirigindo meu carro atrás de uma pessoa que está a
50 km/h, em uma via de 80 km/h e estou atrasado para o meu
compromisso.
B=
CONVICÇÕES: está pessoa deveria estar
dirigindo de acordo com o limite de velocidade. Não devia me impedir
de andar. Tenho que chegar a tempo ao meu compromisso.
C= SENTIMENTO: raiva.
D= DISCUSSÃO: quem é que disse
que ele deveria andar a 80 km/? Fui eu. Porque é que ele não há de
ir a minha frente? Não há razão para que eu tenha sempre de fazer
a minha vontade. Porque é que eu tenho de chegar a este encontro a
horas? Não há de ser uma desgraça se eu chegar atrasado; hão de
compreender. Deixa de exigir que tudo corra como você quer. Talvez a
pessoa vai a guiar o mais depressa que é capaz. Era melhor para mim
esperar e ultrapassar quando for seguro. No passo “D” do esquema
“ABC”, iniciaremos o processo de enviar a nós mesmos algumas
mensagens novas para que afastem ou tomem o lugar dos nossos
pensamentos egocêntricos e exigentes. Este gênero de mensagens
novas que dirigimos e que nos prestam auxilio são mais realistas e
menos perturbadoras, e podem ajudar-nos a reduzir a nossa raiva e a
nossa necessidade de controle.
Seguindo o esquema ABC e após acrescentar o D, iremos agora
acrescentar E,F e G.
Usar o esquema ABC como inventário pessoal vai nos ajudar a ter uma
visão mais clara dos fatores que contribuem para sentirmos raiva e
saber como havemos de começar o processo de mudança.
Compreender isso nos conduz, a seguir os passos E, F e G no esquema
A,B,C. Mantendo um simples diário sobre nossa raiva, podemos então
começar a modificar a nossa forma de pensar, irada e exigente,
fazendo-nos perguntas que nos ajudem a reduzir a raiva que sentimos.
Descobriremos que determinadas situações provavelmente nos perturbam
ou enraivecerão menos se pusermos em questão a nossa forma de
pensar.
Quando estivermos menos perturbados, podemos desejar que a situação
se desenrole. Podemos estabelecer alguns objetivos realistas para nós
próprio “E”. podemos nos perguntar: “o que é que posso mudar
nesta situação e o que tenho de aceitar?” isso é uma aplicação
da oração da serenidade:
concedei-me
senhor a serenidade para aceitar as coisas que não posso modificar,
coragem para modificar aquelas que posso e a sabedoria para
distinguir uma das outras.
Tendo decidido aquilo que quer que aconteça, por então perguntar a
si mesmo “o que posso fazer para obter aquilo que quero?” Como
consequência, começa a perceber quais são as opções construtivas
“F” para alcançar seus objetivos. Seleciona então uma opção e
coloque em pratica ”G”.
E= objetivos realistas. Novos
objetivos realistas em relação a situação. O que gostaria de ver
acontecer? O que quer?
F= opções construtiva. O que poderá fazer de útil
para obter o que deseja?
G= coloque a sua opção em prática. Ação
construtiva.
Ex.:
E= OBJETIVOS REALISTAS: Gostaria
que esse motorista dirigisse de acordo com a velocidade da via.
Deveria ter saído mais cedo, assim
não me preocuparia com o horário.
F= OPÇÕES CONSTRUTIVAS: Vou
aguardar o momento mais apropriado e fazer uma ultrapassagem segura.
G= POR AS OPÇÕES EM PRATICA: Da
próxima vez, sairei mais cedo pois situações adversas acontecem.
Controlar a raiva que sente através do processo ABC, exigirá
provavelmente bastante pratica até lhe trazer resultados. É por
isso que muitos de nós nos tornamos especialistas em ficar
transtornados e enraivecidos. A raiva tornou-se a forma habitual de
lidar com situações problemáticas quando as coisas não correm
como gostaríamos. O que significa, é que irá precisar de muita
pratica para aprender a controlar a raiva através do processo ABC e
desaprender os seus velhos hábitos de a sentir.
Pode usar esse processo quando
ficar com raiva. Começa por se treinar a detectar os
sinais iniciais dos seus sentimentos de raiva e a utilizá-los como
sinais de “stop”. Esforce-se por entrar em contato com os seus
sentimentos de raiva no momento exato em que começar a sentir-se perturbado. É muito mais fácil abrandar a velocidade de um carro que
vai a 20km/h do que aquele que vai a 80 km/h. Da mesma forma, é mais fácil acalmar os nossos sentimentos antes que eles comecem realmente
a tornar-se incontroláveis.
O que isto significa é que cada um de nós tem de desenvolver uma
maior consciência dos sinais ou indicações da nossa raiva, tal como
cerrarmos os dentes ou punhos ou ficarmos mal do estomago. As formas
como cada um exterioriza a sua raiva são diferentes. Uma das
primeiras tarefas para aprendermos a controlar a raiva é aprendermos
a identificar as suas manifestações de forma a podermos usá-las
como avisos para pararmos. Então, enviando-nos mensagens mais
realistas, podemos sentir-nos frustados e desapontados com o
comportamento das pessoas, mas não lhes teremos raiva nem lhe
rogaremos pragas por serem más.
USAR MENSAGENS UTEIS
o passo seguinte no
processo ABC consiste em utilizar estas pistas iniciais a respeito da
raiva como sinais para parar e meter um travão nos seus sentimentos.
Para fazer isto, poderá enviar uma mensagem eficaz, que se oponha as
habituais mensagens, exigentes e prejudiciais, que lhe provocam os
sentimentos de raiva.
Uma mensagem que poderá achar
particularmente eficaz é: calma, de vagar se vai longe,
não fique nervoso.
De inicio, poderá achar necessário endereçar mensagens mais longas
a fim de suspender as velhas mensagens, negativas e exigentes.
Provavelmente, praticou tanto a forma de pensar com raiva que poderá
ser necessário, de principio, conversar mais consigo mesmo para
conseguir “largar” ou modificar essa forma de pensar.
Mensagens suplementares
que ajudarão a minorar a situação são aquelas que o põem em
contato com o seu egocentrismo e necessidade de controle. Para de ser
tão exigente. Porque é
que há de ser sempre como eu quero? Porque é que os outros hão de
fazer o que eu quero?
Continuará a sentir
alguma pertubação, pois
usar o T.R.E (terapia racional emotiva) não faz calar os seus
sentimentos, mas fará sentir provavelmente frustrado
e desapontado ao invés
de enraivecido.
Inicialmente, aprender a pôr um trava nos seus sentimentos poderá
ser difícil em relação a certas situações para que isso o ajude
a modificar esses sentimentos. Como parte deste intervalo, pode
praticar exercícios de respiração profunda para a imagem. Poderá,
por exemplo, imaginar que tem uma colher cheia de sopa a ferver e que
assopra para que ela arrefeça, sem entornar. Ou poderá imaginar que
está a observar uma pena que flutua, descendo para o chão. O
emprego da descontração e da técnica da imagem pode ajudá-lo a
aprender a reduzir a sua agitação sem situações associadas a
raiva intensa.
Ressumindo
depois
de termos reduzidos ou modificados os nossos sentimentos de raiva
aplicando a primeira parte do processo ABC, estamos agora em melhor
posição para observar a situação de forma mais realista do que
através dos óculos de raiva. Podemos reavaliar ou redefinir a
situação: o
que é que, nesta situação, de me esforçar para aceitar? - será,
geralmente, o comportamento das outras pessoas. O
que poderei eu modificar nesta situação?
Geralmente, o
meu próprio comportamento. Tendo decidido o que poderá fazer de
útil, precisará em seguida de analisar quais as opções
construtivas que poderá escolher para realizar os objetivos da
Oração da Serenidade. Finalmente, faz uma opção e coloca em
prática.
CONTROLAR A NOSSA RAIVA – SETE BREVES PASSOS
Exige
tempo e pratica aprender esse processo ABC de controle dos seus
sentimentos de raiva – ao mesmo tempo que “desaprender” os seus
velhos comportamentos irados. De principio, poderá achar que é útil
trazer consigo uma breve descrição do processo como aquela que se
segue.
Com o tempo, aprenderá por intuição a ir de um passo para outro.
1.
Comece
pelos sentimentos que o perturbam. Identifique-os. Use-os como sinais
de STOP. Os sentimentos que o perturbam são sinais de que está a
dizer a si próprio coisas perturbantes.
Poderá ter de se tornar um melhor observador dos seus sentimentos.
Isto equivale a entrar em contato com os seus sentimentos.
2.
Neutralize
os sentimentos que o perturbam endereçando-se uma mensagem positiva.
Meta um trovão nos seus sentimentos. Diga para consigo, acalma-te,
simplifica. Não te enerves tanto.
3. identifique os pensamentos irritantes que, dentro da situação,
lhe estão a provocar raiva. O que é que esta querendo exigir? O que
é que está a tentar controlar? Examine os pensamentos que o perturbam. Pergunte a si próprio. Porque é que tem de ser como eu
quero? Porque os outros tem de fazer o que eu quero? E depois
responda as perguntas.
4.
torne a situação clara para
você mesmo.
Pergunte-se, o que é que se está realmente a pensar que me enraivece? Em
que consistem os fatos e quais são as minhas opiniões sobre eles?
Haverá um aforma mais eficaz de encarar a situação? Pode então
ficar desapontado com a situação, mas não com raiva contra as
pessoas que a criaram.
5.
em
seguida, estabeleça para si objetivos mais realistas em relação as
circunstancias que levantaram o problema. Pergunte a você mesmo: o
que posso fazer para que seja eficaz a respeito desta situação?
Seja explicito e concreto. Aplique a oração da serenidade: o que
posso mudar?(o meu comportamento) e o que terei que aceitar (o
comportamento do outro) nesta situação? faça uma das opções
construtivas por meio das quais pode alcançar os seus objetivos.
Pergunte-se, que ações construtivas posso empreender para atingir
os meus objetivos?
6. faça uma lista das opções que dispõe.
7. escolha uma opção construtiva para alcançar o seu objetivo e
atue de acordo com ela. O resultado final do processo ABC é uma ação
positiva da sua parte.
Usar o inventario pessoal para obter resultados positivos
controlar os sentimentos de raiva do esquema ABC, pode ser
considerado como o fazer de um inventario pessoal. No inicio, este
inventario pessoal exigira de si muito tempo e esforço.
- Começe com a utilização de um diario a fim de desenvolver uma
maior conscientização da sua raiva, suas causas e consequências.
-
Sentimentos
que o pertubam e estão na base da sua raiva.
- Pode então prosseguir, praticando o processo ABC como meio de
modificar os seus sentimentos de raiva ao modificar também a sua
forma irada de pensar.
- Segue-se a resolução dos problemas que fazem parte daquelas
situações dificeis que o pertubam.
Com a pratica continua deste processo, chegara muito provavelmente a
conclusão de que os seus esforços estão gradualmente a ser
recompensados. Será mais capaz de controlar ou de modificar a sua
raiva ao invés de sua raiva controlar você.
1. use os primeiros sinais de que sua raiva está tentando te
controlar.
2. diga a si mesmo, acalme-se. Não se zangue.
3. pergunte-se, o que poderia fazer nestas circunstancias que me
possa ser útil?
4. depois atue de acordo com as suas opções construtivas.
O
processo ABC pode ser um instrumento muito útil no processo de
recuperação de problemas emocionais
ou de problemas relacionados com o abuso de álcool e drogas.
O processo representa uma forma valiosa de enfrentar a pertubação
emotiva que se encontra muitas vezes associadas com os problemas
ligados ao abuso do álcool e outras drogas ou com problemas
emocionais, poderá estar em risco de uma recaída, já que as
situações que envolvem problemas fazem parte inevitável da vida.
O processo ABC, nos proporciona, pelo fato de não termos as nossas
percepções obscurecidas pela desordem das emoções, uma maneira
diferente de ver as coisas. Os nossos sentimentos a respeito das
coisas modificam-se á medida que a nossa maneira de pensar a
respeito delas se modifica. “sentimos como pensamos!”
Comentários
Postar um comentário